Um exemplo real de filantropia comunitária no Brasil que pode ser considerado um caso de sucesso é o Fundo Casa Socioambiental. O Fundo Casa tem como objetivo apoiar projetos e iniciativas que promovam a sustentabilidade socioambiental em diferentes regiões do país. Atualmente ele é um modelo de filantropia comunitária de sucesso no Brasil por diversos motivos que destacam sua eficácia e impacto positivo.

O Fundo começa a ser gestado no final da década de 80, quando a Fundação Damien, baseada nos Estados Unidos, tem à frente da sua direção um brasileiro, que decide iniciar um relacionamento com pequenos grupos ligados às causas socioambientais no Brasil. Esse contato foi à semente responsável por consolidar o primeiro fundo socioambiental brasileiro, em 1994, composto pelas mesmas lideranças locais apoiadas pela Damien: surge a Fundação Francisco, embrião do que é hoje o Fundo Casa. Em 1999, as atividades da Fundação Francisco são interrompidas e as suas lideranças passam a atuar diretamente como conselho do GGF no Brasil enquanto organizam um novo fundo sul-americano para ampliar ainda mais o seu impacto. Este ressurge em 2005, como Fundo Casa Socioambiental dando os seus primeiros passos como o primeiro fundo socioambiental para a América do Sul.

O Fundo Casa possui uma clara missão de promover a sustentabilidade socioambiental, integrando aspectos sociais e ambientais em seus investimentos. Seus objetivos incluem o fortalecimento de comunidades, a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e a proteção de territórios indígenas. Essa clareza de propósito ajuda a direcionar as ações e garantir resultados alinhados com as necessidades e demandas das comunidades beneficiárias.

1. Foco na sustentabilidade socioambiental: Este concentra seus recursos em projetos que visam promover a sustentabilidade, integrando aspectos sociais e ambientais. Ele apoia iniciativas relacionadas à conservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável, fortalecimento de comunidades tradicionais, proteção de territórios indígenas, entre outros temas fundamentais para a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.

2. Participação comunitária: Existe uma valorização da participação ativa das comunidades locais. Ele envolve as populações beneficiadas nos processos de identificação de demandas, elaboração de projetos, implementação e acompanhamento das ações. Dessa forma, as comunidades se tornam protagonistas em seus próprios processos de desenvolvimento, fortalecendo laços sociais e promovendo o empoderamento local.
3. Ampliação do alcance: O Fundo Casa busca alcançar diferentes regiões do Brasil, incluindo áreas remotas e de difícil acesso. Ele trabalha em parceria com organizações da sociedade civil e outras instituições que possuem atuação local, garantindo uma abrangência geográfica mais ampla e diversificada. Isso permite que comunidades em regiões diversas se beneficiem dos recursos do fundo e promovam a sustentabilidade em seus territórios.
4. Transparência e prestação de contas: O Fundo Casa preza pela transparência em sua gestão. Ele possui processos claros de seleção e avaliação de projetos, com critérios bem definidos e publicamente divulgados. Além disso, promove a prestação de contas aos doadores e à sociedade em geral, apresentando relatórios periódicos sobre as atividades apoiadas e os resultados alcançados.

5. Multiplicação de impacto: O Fundo Casa também busca ampliar seu impacto por meio da replicação e escalabilidade de projetos bem-sucedidos. Ele incentiva a disseminação das boas práticas e experiências adquiridas pelos projetos apoiados, permitindo que outras comunidades se inspirem e implementem ações similares. Isso contribui para o fortalecimento de redes de colaboração e o crescimento do impacto socioambiental em nível nacional.

Existe ainda um histórico de atuação integrada em toda a América do Sul, garantindo que o impacto gerado responda às complexidades locais de regiões tão ricas e diversas entre si. Por isso, traçamos um panorama dos projetos apoiados por país.

Para além do Brasil, os apoios são mais expressivos em termos quantitativos na Bolívia e no Peru (Bacia Amazônica) seguidos do Paraguai (Chaco Paraguaio) e da Colômbia (também com destaque para a região da Amazônia).

O Fundo Socioambiental Casa se destaca como um caso de sucesso ao combinar a promoção da sustentabilidade socioambiental com a participação comunitária, alcance geográfico diversificado, transparência na gestão e multiplicação de impacto. Por meio de seus investimentos estratégicos, ele impulsiona a transformação social e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente responsável.